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Sombras

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Acompanhando a vergonha, as sombras vieram,
alongando-se, como a orgulhosa mortalha  
da feiticeira e primitiva lua nova
desvanecendo as frescas rosas de Junho
roubando às paixões azuis a sua melodia

Fantasmas em duelo, do Céu e Inferno, chamam
o ressentimento das Fúrias, invocam
modificando tudo
enquanto a luz do dia, lentamente, se esvai
não mais irei tocar, nem mais orar

O céu escarlate derrama o seu sangue em chuva
rastejo, sinto o seu lamento, a sua dor
na noite de obsidiana e ametista
onde as flores oráculo crescem
dando à luz corvos majestosos

Castelos de sonho, desmoronam, caem
vento de poeira e cinzas
réstias de velhas pedras, ossos brancos deslumbrantes
brilhantes mármores na escuridão
véus de neblina tingem de negro o orvalho

Secretamente encerrados, sepulcro e arca
dentro, estes tesouros guardarei
escondidos da vista humana
enquanto em sombra, me torno, também
desfolhando as rosas moribundas, amparando-te


*K
MARCH
*Y
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Versão Portuguesa do Meu Poema "Shadows" [link]

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