A Pensar Em Ti

Os mais belos poemas escrevi
De alguma forma ausente
A pensar em ti

Seguras a minha mão
Conduzindo-a pelo papel vazio
Ensinando-a a dançar pelas margens
Destituídas de floreados ou imagens

Sopras segredos no meu ouvido
Não os retenho ou guardo
Prefiro-os livres longe dos pavilhões
De vidro que cativam as almas

Flutuam ideias indistintas, espectrais
Tornam-se as letras alongadas, etruscas
Estacas arruinadas de madeira
Inflamada e ressequida

Velha é a música que nelas sopra
Gasta a harpa e o próprio vento
Zumbidos loucos acalmam, estranhamente
Quando a chuva cai, finalmente

Não são lágrimas sobre a neve
Mas pedaços esboroados do mar
Coados, lentamente, devagar

*K
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*Y
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